domingo, 22 de julho de 2012

Um dia ímpar (Participação especial de Patrícia Rocha e convidados)

Tudo começou à meia noite, ou antes, quando não consegui dormir por motivos desconhecidos. Às 3 finalmente peguei no sono, entretanto 5 horas estava eu de pé e sem vontade alguma de dormir. Comer .. beber água, enfim, andar pela casa. Enjoei de andar dentro de casa, tomei banho e saí pra encontrar a Ninja. O fato é q combinei com ela 10h, e saí de casa por volta das oito. O que fazer então pra passar o tempo?! ANDAR!!!! A pé, de Vila Isabel até praça Saens Peña. Uma pausa numa padaria pra beber um suco (só pra fazer hora) e por fim voltar pra Vila. Mas o loca pra estar era na Tijuca, então.......... lá fui. Encontramo-nos e fomos pro evento (Anime Family - RJ). Fila, sol, furar fila, entrar no evento... Nesse meio tempo encontrei Estrella, Daniel e logo em seguida perdi Daniel, mas encontrei o Igor e não sei como desencontrei a Ninja e antes dela entrei sem o Estrella, mas por fim encontramos Karin e Karol e ficamos juntos. Pelo menos por dez minutos antes delas sumirem... Tempo passou e fomos encontrar as duas perdidas no bar. Tudo normal, tudo muito bom, uma foto É-PI-CA e muitas alegrias o/ Voltamos pro evento, rimos das apresentações livres e daí começou o show. Foi quando fui encontrar Daniel. Depois do show assistir a premiação dos cosplayers... E foi quando encontrei a Patrícia. Na verdade ela me encontrou, mas tudo bem. Resolvemos voltar juntos pra casa, e iríamos de busão. Por algum motivo divinamente bom e desconhecido, pegamos o mesmo ônibus que o Daniel... pra ir conversando e talz. A parada é q o bus dele vai pro lado OPOSTO ao que gostaríamos... Quando notamos, por fim, depois de uns 30 mins dentro do bus e de MUITA! conversa (huahuahuahuahuahuahua) descemos imediatamente. Mas onde fica imediatamente? Eu não sei. Nem ela sabia. E não havia absolutamente ninguém na rua que pudesse nos dizer. “Bom, essa rua é mão única, vamos pra próxima ver o q q tem...” E andamos.. andamos... andamos.. Não encontramos NADA! Nenhum lugar nem pessoas pra pedir informação. E daí por fim uma rua mais movimentada onde a Patty parou um taxi pra pedir informação. (Euri ... kkkkkkkk). O taxista não muito feliz por ter sido parado pra dar informação (por que será?) mandou uma gracinha e foi embora... Continuamos andando (Estou morrendo de rir enquanto escrevo... huahuahuahuahua) até que achamos um posto de gasolina onde fomos informados que pra ir pra Tijuca ou Vila Isabel, teríamos que pegar um ônibus pra Cascadura. Fomos em busca de tal ônibus, mas até hoje não encontramos. Festa estranha, gente esquisita, eu não estou legal... e decidi entrar um taxi. Achou que a história terminaria? Nada disso! (Risos altos) O taxista não tinha ideia de como ir pra tijuca ou Vila ou Andaraí ou qualquer lugar do gênero. Mas felizmente ele sabia chegar no Norte Shopping... E de lá eu segui o caminho do bendito 623 (ônibus que dá mil voltas antes de chegar ao destino) até por fim chegarmos ao shopping Iguatemi pra brindar a aventura... Terceiro piso, praça de alimentação. “Vamos comer japa!”. Fomos... “Acho que ta bom, e vc?” “É, acho que está bom...” “Esse agridoce é muito bom!” “Okay, eu vou pegar o shoyo..” A Patrícia parada em frente a uma panela de feijão fala “espera, vamos ver mais coisas” “ah claro, feijoada no sushi é ótimo. Vc prefere carne seca ou linguiça no kani?” (huahuahuahuahuahuahua) Por fim colocamos um monte de saladas com caesar na comida... E daí, comer! Mas vamos começar pela salada. Salada picadinha...hashi ... e claro, os molhos! E daí começou a bagunça e mistura de sabores onde no fim ficou tudo com gosto de nada e o nada com gosto de tudo. Até que acabou o prato e nos olhamos com aquela cara de =( Sugeri.. “vamos comer mais?” “SIIIIIIMMMMMMMMM” Entretanto, quando fomos notar já estavam recolhendo tudo por causa do horário avançado. Daí o moço lá pergunta “Olha, nós colocamos um prato em cima do outro, está tudo amassado” A fome maior não deu dúvidas “vamos comer amassados mesmos, é bom que não precisa nem mastigar tanto, falei. E daí mais molhos e mais sushi e mais diversão... Altas conversas e no fim sobrou um. Um único sushi. O último, pois a loja havia recolhido (dessa vez sem volta) os pratos. Eu deixando pra ela, ela deixando pra mim.. até que peguei e fale “esse deve ser especial!” Agridoce, Shoyo e Teriaky. Ela olhou com aquela cara de nojo, mas falou “agora eu também quero!” E assim posso dizer que terminamos a noite, rido feito loucos de um sushi pré mastigado temperado com vários molhos e uma pitada de humor. Boa noite!

domingo, 27 de março de 2011

Rios de História – Joselitos

Tudo começoucom uma ligação. Impressionante como sempre se pergunta a mesma coisa: “está livre amanhã?” E novamente lá estava eu entrando em uma furada sem saber. Mas é tudo aprendizagem, só tenho a agradecer. Ainda tenho muito a desenvolver e todas essas bombas são ótimas pra isso. Vamos lá, começa o dia...

Dias ruins
Acordei atrasado (não muito, mas o suficiente pra me fazer esquecer de tomar o café da manhã). Parti. Cheguei lá no hotel onde eu deveria encontrar os passageiros e seguir rumo ao alto do Corcovado. As vans não tinham chego. Recebi a ‘ordem de serviço’ e um objeto o qual tenho profunda aversão: um microfone. Seria meu primeiro trabalho usando um em área pública, mais especificamente nos pés do Cristo, com inúmeros turistas e, principalmente, outros guias me olhando. Se você tivesse visto minha primeira performance com um microfone, você entenderiam o pavor que tenho disso.

Microfone
Uma segunda feira nublada, aula da Mariza: Técnica de microfone. E chegou minha vez. Eu, Tauan, ser mais tímido do planeta (até então), microfone, turma olhando, microfone, eu de frente pro quadro pois simula um city tour (temos que olhar o caminho, nãos os passageiros), microfone, murmurinhos. Tauan tremendo, gaguejando, vermelho, vermelho? Roxo! Tremendo, suando frio. Conseguiu imaginar? Pois é. Trauma. Mas vou seguir com a história.

Joselitos
Hora de conhecer o grupo. “Tauan, esta aqui é a Joselita, ela que contratou pra levar a família pra conhecer o Cristo.” Lembrando do Pânico na TV a vontade de rir foi quase incontrolável, mas consegui. A pequena família da Jose tinha, contados, 42 membros. Dispostos em dois hotéis. Eu não sabia, mas foi meu primeiro pick up, sem nem mesmo saber o que era isso. Bom, a van estava demorando. Rumei ao segundo hotel para adiantar as coisas. Priscila instruiu-os para que me esperassem depois da roleta, pra que o grupo não se dispersasse e se perdesse. Você ouviu a Priscila falando?

Surdos
Parece que eles também não. Chego eu lá com o grupo que estava em minha van e cadê todo mundo? SUMIRAM! Como eu acharia aquele monte de gente? Rá! Fácil. Uma família só, com 42, é só deixar que se encontram. Plano perfeito, se encontraram. Mas o tiro saiu pela culatra. Depois que se encontraram falavam tanto, mas tanto, que nem o microfone foi capaz de chamar a atenção deles. Desisti. Bom, agora só não posso deixar ninguém aqui, pensei. Vou pra roleta e se sair alguém eu vejo.

Grande número
Esse grupo tinha um horário marcado, 12:30 tinham que estar no hotel pois depois de visitar o cristo iriam a um casamento onde todos os padrinhos estavam comigo. -Não posso atrasar, não posso atrasar, pensei. Se considerasse 1h do alto até o hotel, eles teriam, hum..., 20 minutos pra ver o Redentor. Lá fui eu marcar o horário... “ATENÇÃO, TODO MUNDO, PRECISO QUE VOCÊS ESTEJAM LÁ EM BAIXO (NAS ROETAS) ÀS 11 EM PONTO!“. Recebi A resposta: “Meu filho, você já viu o tamanho dessa família? Em vinte minutos não abraço nem meus irmãos, quem dirá os primos!”. Tive que rir. Situação explicada, tirei algumas fotos da família reunida e, felizmente, alguém veio me perguntar onde era o que. Finalmente consegui atenção...expliquei tudo que se explica aos turistas e quando terminei estávamos em cima da hora. Fomos descer. 34, 35, 36. Ué, cadê? Estão faltando seis. OMG, como eu acharia 6 agora? Seis que eu nem sabia quem eram, roupas que vestiam ou se já tinham descido enquanto eu estava com 36 lá em cima. Olhei bem pra estátua quase que implorando e desci. Na pior das hipóteses, se não estivessem lá eu subiria de novo.

Coca Cola
Cheguei lá eles não estavam onde normalmente se fica...mas eu não podia perder mais ninguém. Tratei de encaminhar todos para as vans e, quando noto, os indivíduos estavam lá, na van, no estacionamento! Uhuhuhu, era meu dia de sorte! Ou não. Todos nas vans e eles ficaram na van que eu estaria. Duas pessoas pediram pra ir na frente, cedi o lugar pra eles apreciarem a vista. Sentei do lado de uma “mocinha” que não estava tendo um dia bom. Isso fez da minha viagem um pesadelo. A senhorinha tomara coca cola pra rebater o enjoo, o que aumentou significativamente sua concentração interna de gás. Como vocês sabem, quando se coloca ar demais numa bola ela explode, mas a senhorinha tinha válvulas de escape. Me recuso a explicar em mais detalhes. Demorou de Santa Teresa até Copacabana que ela se esvaziasse.

Problemas
Chegamos em Copa e alguém falou que viu o preço do cristo e que era 16 reais e que nós havíamos cobrado 36. De fato nós cobramos e tinha um porque:
- são 16 do ingresso e mais 20 da van, expliquei.
- Mas você não falou que a van era 10?”
- Não, a van só seria 10 se nós subíssemos de bonde.
-E porque não subimos de bonde? Seria mais barato, você está querendo nos enrolar! Ta achando que é malando e que vai nos enganar, carioca blablablablablablablabla
Calmamente expliquei novamente: - Se você pegar a van aqui e for até o ponto do bonde, custa 10 reais da van mais 36 que é o valor do bonde, somando 46. Se no ponto do bonde você quiser pegar uma van custa 20 da van mais 16 do ingresso, assim, a soma é 46. Entendeu?
- Entendi. MAS ESSE PREÇO É UM ABSURDO, QUANDO VIM AQUI SUBI DE TAXI E ELE COBROU 40 REAIS PRA ME LEVAR ATÉ O ALTO DO CRISTO! NEM INGRESSO PAGUEI!
- Minha vontade foi de chorar. Há quase 10 anos já não é mais possível subir sem ingresso. Nisso o motorista me ajudando a explicar, pois 42 nordestinos fizeram uma rodinha e eu via meu fim próximo. Nesse ponto liguei pra Priscila e pedi pra que ela explicasse pra Joselita, chefe da família, o acontecimento. Tudo entendido. Todos subiram a seus quartos e Jose teria que me pagar pelo dia.
“Como assim 150 por um dia? Eu achei que era 150 o pacote!” Minha vontade foi, novamente, de chorar. Liga pra Priscila de novo. Tauan, desiste. “Esquenta cabeça mais não e vai embora!” Não dei nem tchau. Sumi dali o mais rápido que pude, mas não sem antes instruir o motorista a fazer o mesmo. Como terminou, de fato, essa história? Eu ainda não sei, mas, sinceramente? É melhor nem querer saber.

Aprendizado
Mas vendo hoje, foi ótimo. Dou boas risadas desse dia. Foi um marco e aprendi muito com essa experiência. Como já falei, tudo é aprendizado.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Rios de História – Anjos

Não me lembro se era uma segunda ou terça, mas Priscila perguntou se eu estava interessado em levar um grupo com ela. Bom, eu já tinha terminado o curso, protocolo em mãos e muita vontade. As palavras “com ela” ressoaram em minha cabeça e falei: “okay!” Pensando: ela estará lá, então sem problemas. “Aceito! “

O desafio era levar um grupo para a Fiocruz, Fundação Oswaldo Cruz, então mãos a obra. Se jogar no google e estudar estudar estudar... não podia fazer feio. Estuda mais um pouco, lê isso e aquilo... Caio nas lembranças. Todas as vacinas que tomei foram naquele espaço, em frente aquele castelo. Seria legal começar por um lugar que eu realmente conhecia. Estava pronto, definitivamente.

Tudo pronto, saio de casa e vou ao ponto marcado. Indo em direção a agencia pra pegar o serviço descubro que serão dois ônibus. Priscila não estará comigo de fato. Insegurança volta a atacar. Dor de barriga, sede, vontade de sair correndo. Mas já era tarde, estava na agencia que propôs o serviço.

Eu repassando mentalmente tudo que estudara na noite anterior e tentando transformar minhas falas em um vocabulário mais simples. Mas já era hora de partir. “Aqui está, leve as jujubas e entregue aos passageiros no final da viagem.” Foi a ordem. Peguei as jujubas como se entrega-las fosse o objetivo-mor da missão. Entrei no ônibus, cumprimentei motorista, testei microfone, verifiquei banheiro, etc. Tudo perfeito.

Hora de ir buscar os passageiros. Tensão. Alguns minutos depois estavam todos a bordo. Hora de se apresentar e começar a falar do destino.
Primeiro vencer o nervosismo: eram 36 passageiros ao todo, nunca tivera um “público” tão grande antes. Respirei fundo, liguei o microfone e falei: “Boa tarde!” Sem resposta. Tentei novamente, insisti, nada. O microfone resolveu pifar exatamente na hora do show. Oh, não contei. Meus passageiros eram anjinhos entre 8 e 10 anos e, pra me ajudar, 4 professoras. Agora eu estava tranquilo. Mas sem microfone. Passei algumas informações básicas pra quem conseguia me ouvir e assim foi. Enfim, chegamos na fundação.

Nós fomos visitar o museu da vida. Especificamente o “Parque da ciência” e a “Biodescoberta”. Saiu tudo muito bem, mais tranquilo que eu imaginava. Exceto por um menininho que estava andando meio estranho. Ei,como é seu nome? - Perguntei. -João Pedro, respondeu. Perguntei se estava tudo bem e o menino ficou vermelho: está sim, tudo bem. Eu tive um insight estilo Dr House: “quer ir no banheiro?” O menino não se controlou: “SIIIIIMMMMMM!!!” Sabia! agora, onde é o banheiro mesmo? Perguntei, informaram. Fui encaminhar o menino a salvação. “TIO, ANDA MAIS RÁPIDO, NÃO VOU AGUENTAR!” Eu não sabia se ficava com pena, se ria ou o que, o fato é que saímos correndo. “Tio que que eu faço, ta saindo!” “Vai atrás da árvore!” E assim foi. Por que eu contei isso? Simplesmente porque não dá pra esquecer a cara de satisfação e alegria daquela criança. Ali eu pensei: é isso que eu quero fazer! Mesmo que não dê tempo levar ao banheiro, ou ao barco ou a qualquer lugar, quero achar um jeito de fazer as pessoas se sentirem bem mesmo nas adversidades.

Voltamos ao ônibus onde as crianças puderam lanchar enquanto voltavam pra escola pra encontrar seus pais. No caminho, lanche, criança, fandangos, criança implicante...guerra de biscoito. Nem eu ou as tias conseguiram sair ilesos, muito menos controlar. O jeito foi entrar na brincadeira. Sim, eu estava em casa. Era isso que eu queria: ver meus passageiros felizes, mesmo q isso me custasse limpar a bagunça depois. Assim foi meu primeiro dia como guia de turismo.

E as jujubas? Eu estava tão eufórico, que esqueci delas. Mas acredito que não se importaram muito, afinal, todos saíram felizes.

Bom, é isso. Essa é a parte um do segmento “Rios de História”, agencia que pertence a duplinha dinâmica Priscila e Raul. Quero aproveitar e agradecer pela oportunidade, brigadão Pri. Sem esses empurrões acho que não teria funcionado.

Não perca o próximo episódio: “Joselitos”. Também na saga da Rios. Obrigado a todos. Boas leituras.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A viagem de João - Odisséia Parte 5 (Final)

Liga pra cá, liga pra lá, a agência conseguiu falar com eles. 17:22 chegaram as criaturas. Partimos para o bus para levar aqueles argentinos das malas na pousada. O caminho foi tranquilo, a rua uma ladeira e na hora de descarregar fingi que não era comigo e nem do bus desci. O caminho de volta foi super de boa. Sentei lá no final do ônibus do lado de uma senhorita gaúcha soltava gases periodicamente. Mas era melhor q ir ao lado do dito cujo. Pegamos os passageiros que ficaram em Arraial do Cabo e partimos. Estava tudo indo tão bem que eu nem acreditava. Até que, chegando no Rio, Roberto fechou a noite com chave de ouro (pra não falar que ele quase me matou de ódio). -João, chega aqui assim que puder? Eu já nem sabia mais meu nome, acabei que fui.
Imagine uma música romântica... é, não é sacanagem, estava tocando musica romântica no bus. Eu já fiquei com vontade de rir. Roberto começou seu discurso:
“Eu vi o quanto você trabalhou hoje, me ensinou muito e, principalmente, me ajudou muito. Sou uma pessoa que reconhece o trabalho dos outros e por isso vou te recompensar.”
Juro que apareceram dois cifrões, um em cada olho meu. Roberto me deu um papel amassado e o bus com a luz apagada não sabia exatamente o que era, juro. Sabia que era grana, mas quanto será que eu ganhei pelo árduo dia de trabalho? Ele havia prometido pagar meus gastos, então nada mais justo.
Quando passamos perto de um posto da polícia e que o lado de fora estava iluminado eu vi. Na hora não acreditei, esperei a luz novamente. Mas já estava começando a ficar tenso, muito tenso. Finalmente chegamos na ponte costa e silva, iluminada. Ali pude ver e certificar-me que não havia visto errado. O meu árduo trabalho, stress e principalmente o uso do meu telefone valiam dez reais. Eu tive uma crise interna de riso tão intensa que cheguei a ficar sem ar.
O Sr Roberto me recompensara com uma nota valendo incríveis dez reais. Não vamos entrar no mérito se eu merecia mais ou não, mas “recompensar” alguém por um dia inteiro com 10 mangos é triste. Ali acabou meu dia. Não queria mais brincar daquele jogo. Deixamos quase todos os turistas na porta, exceto um que, para evitar engarrafamento na Toneleiros (copa) perguntamos se ele se importava de caminhar uma quadra. O elemento deu um ataque. Fiquei incrédulo. Mas foi. Pronto, entregamos todo mundo. Peguei o metrô e fui pro meu bairro, onde estava acontecendo um ensaio da escola de samba Unidos de Vila Isabel. Usei sabiamente meus dez reais: consegui negociar e emburaquei 7 latinhas.

A noite seria tranquila, enfim.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

A viagem de João - Odisséia Parte 4

Vamos lá! Todos a bordo? Capitão, podemos partir! Assim começou o passeio do barco Bardot. Hora de, assim como as aeromoças fazem, os marinheiros simularem como usar os equipamentos de segurança. Ali conheci Rômulo, um marinheirinho muito engraçado que na hora de simular vestir o colete salva-vidas até a reza ele fazia. Hora de relaxar. Já sem tênis e bem a vontade fui observando a paisagem. Praia dos ossos, do canto, gruta dos amores, praia dos amores, navio da concorrência, tudo muito bom e belo. Até que cola do meu lado uma criatura vinda do além: “Eu também trabalho na xx (agência)! Você é novo lá? É, nunca te vi. Primeira vez em Búzios?” depois de me interrogar e eu responder com acenos de cabeça ela começou com as histórias. “Aquela ali é a casa de veraneio do Roberto Carlos, mas é segredo, pois ele gosta de privacidade. Aquela pedra é onde a Brigitte Bardot fazia top less.” Eu comecei a viajar nos meus pensamentos, pra variar. Aí fiquei me perguntando: por quê as pessoas quando não tem o que falar inventam coisas absurdas? Não é tão mais fácil ficar calado? Daí pra mudar um pouco o rumo fui perguntando coisas que poderiam tornar o papo interessante. Dentre minhas perguntas ela deixou vazar uma informação bem útil pra quem quer viajar e está quebrado: dia 22 de março sai um cruzeiro, da CVC, do Rio de Janeiro com destino a recife por apenas mil reais. Venhamos e convenhamos, são 8 noites e mais passagem de volta. Pra quem quiser, fica a dica. Mas fora isso, nada de interessante pra vocês. Conversa acabou e fui ajudar a tripulação. Içar os banhistas pra dentro do barco, ajudar a colocar e retirar escadas, recolher “macarrões”, zuar. Podem até pensar que é chato, mas é bem engraçado. Principalmente conversar em espanhol sem saber falar o dos bolivianos. Me divirti. Mas como isso começou é uma história a parte.
Terminado o passeio fomos almoçar. O churrasqueiro estava de mal humor, só faltava enfiar o espeto nos turistas que nada entendiam em português. Os garçons, felizmente, eram bem simpáticos e atenciosos e por fim deu tudo certo. Como eu já estava no comando mesmo, marquei com o grupo de nos encontrarmos 16:30. Repeti 4 vezes e apontei mais umas vinte o local de encontro. Ótimo, eu ia poder me esconder por 40 minutos. Feito, andei pela Rua das Pedras e na Orla Bardot esbarrando algumas vezes com meus turistas. Às 16:30 em ponto estava eu com o grupo no local marcado. Roberto inclusive, mas faltavam dois. Dois ninjas renegados ou, pior, turistas perdidos. Roberto, dá uma olhada na orla pois os vi lá. Lá foi ele.. voltou 16:55. Nada. Os turistas tomaram chá de sumiço. E quem começava a precisar de chá era eu, de camomila.

Pode rir, desgraça alheia pouca é bobagem
kpskpskpskpskpskpskpskpsks

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A viagem de João - Odisséia Parte 3

Depois de algumas horas indo de hotel em hotel buscar os passageiros, estávamos finalmente com todos a bordo e pronto pra partir para Búzios. Ufa! Agora seria fácil. Fui a procurar um lugar para me sentar e pânico total! Todos os assentos estavam ocupados. Bom, eu já estava ali, então vamos embora. Segui metade do caminho sentado no chão e me escondend quando passávamos pelos postos policiais. Caminho esse Roberto só fez repetir as frases: “o que será que eles farão com as malas?” falando dos argentinos, que descobrimos q ficariam em Búzios, “onde será essa pousada deles?”, “será q estão gostando da viagem?”.. Eu só fazia pedir pra chegar logo. Cada vez que tocava o celular do motorista eu sentia doer o coração. E parecia que não chegaríamos nunca. Mas chegamos a primeira parada para o café. Oba! Hora de relaxar!
Depois de comer um triple egg cheese salada bacon (o nome de um sanduíche de 100 gramas) e um todinho, fui pro bus. Chegando lá, stress. Um grupo de argentinos fora esquecido no Graal e simplesmente não sabiam o que fazer. Mas meldelz, o que EU poderia fazer? OK, já tava na chuva, vamos nos molhar. Descobri a companhia do bus e passei os dados pro pessoal do Graal que (incrivelmente) achou o bus deles.
Na minha parada descobri que teria que deixar alguns passageiros em Arraial do Cabo, mas por causa do seguro, o ônibus não podia sair do caminho traçado. E agora, o que fazer? Fácil..liga pra agência! Lá vai eu gastar mais telefone... mas ok, problema resolvido. Pra mim, neh. Roberto (eu juro que não esquecerei essa figura) só fazia repetir dali em diante: “será que ele vai mesmo encontrar-nos lá?” “será que é longe?”. Saí do meu corpo, fui fazer um tour astral pelos meus pensamentos pra não ter q ouvir as mesmas coisas mais vezes. Depois de um tempo chegamos ao ponto de encontro, passamos os passageiros pra van que os levaria pra Arraial e seguimos pra Búzios. Ao som de Zeca Pagodinho entramos na cidade. Hora de registrar o bus. Como tudo é cronometrado, estávamos atrasados. Só o que fatava era nós chegarmos depois da tolerância e perdermos o barco. Roberto tentando bater papo com os funcionários do posto e eu quase o arrastando. Foi hilário. Chegamos no centro, descemos do ônibus e nos encaminhamos para o píer. Enquanto Roberto pagava as contas eu encaminhava os pax para o barco. A melhor parte do meu dia.

=)

A viagem de João - Odisséia Parte 2

Desci do ônibus e fui literalmente correndo em direção ao hotel. “Senhor José! Búzios! Devido ao atraso José já nos esperava no hall do hotel. Número de passageiros conferido, encaminhei-os ao ônibus e partimos para o segundo hotel. Roberto abismado “ Onde eles estavam?”. Fingi que não era comigo e pedi ao motorista que seguisse. Aliás, não lhes apresentei nosso motorista. Conheçam Seu Madruga. Estatura normal (175~) cabelo preto e branco, uniforme da companhia e “NOSSA! ACHO QUE ATROPELAMOS UM CACHORRO!” falei. Madruga riu e atendeu seu telefone. No momento, o cachorro que antes uivava de dor calou-se. Demorou alguns segundos até que a ficha caísse. Sim, o toque do telefone do Sr Madruga era o som de um cão atropelado, som esse gravado pelo próprio autor do atropelamento, acredito eu. Pronto, meu dia não poderia ser pior... não podia?
Chegamos no segundo hotel. Rio Othon, 6 passageiros argentinos. Cheguei e todos me aguardavam com tanto entusiasmo q baba saía de suas bocas. “Bom dia!!! Eu sou o guia Tauan e estou aqui para leva-los pra Búzios.” Ainda forcei: “Todos animados?”. Tentativa em vão. Não, pior. Cada um levanta e pega sua mala. Pra vocês pode ser normal carregar uma mala já que estão indo pra búzios, mas o fato é que nós fazemos DIA EM BÚZIOS, sacou? Não entendi a das malas de primeira, mas antes de ter tempo pra pensar o doutorzinho me perguntou se poderia carregar sua mala pois estava com a mão doendo. Eu estava pronto pra gritar “NÃO!” quando surge atrás de mim a figura de Roberto. Correndo pra me alcançar e, sem fôlego, falar “João, ajuda ele que eu ajudo as meninas”. Confesso que fiquei estático. Bem, estávamos atrasados e quanto antes terminasse, antes eu me livrava do ser-que-não-deve-ser-nomeado. Após algumas tentativas falhas consegui desemperrar o trinco do porta malas do bus e, com muito, muito esforço, coloquei as seis malas lá.
Os passageiros entraram no ônibus, Roberto em seguida e por último eu.
“Ainda bem que você é forte, neh, João? Eu não aguentava aquelas malas.” Nesse momento eu apenas fechei os olhos e perguntei por que. Por que, Senhor, que que eu fiz pra merecer?
Não poderia piorar. Seguimos viagem. (...) Quem disse que não poderia?
Continua.