sábado, 26 de fevereiro de 2011

A viagem de João - Odisséia Parte 2

Desci do ônibus e fui literalmente correndo em direção ao hotel. “Senhor José! Búzios! Devido ao atraso José já nos esperava no hall do hotel. Número de passageiros conferido, encaminhei-os ao ônibus e partimos para o segundo hotel. Roberto abismado “ Onde eles estavam?”. Fingi que não era comigo e pedi ao motorista que seguisse. Aliás, não lhes apresentei nosso motorista. Conheçam Seu Madruga. Estatura normal (175~) cabelo preto e branco, uniforme da companhia e “NOSSA! ACHO QUE ATROPELAMOS UM CACHORRO!” falei. Madruga riu e atendeu seu telefone. No momento, o cachorro que antes uivava de dor calou-se. Demorou alguns segundos até que a ficha caísse. Sim, o toque do telefone do Sr Madruga era o som de um cão atropelado, som esse gravado pelo próprio autor do atropelamento, acredito eu. Pronto, meu dia não poderia ser pior... não podia?
Chegamos no segundo hotel. Rio Othon, 6 passageiros argentinos. Cheguei e todos me aguardavam com tanto entusiasmo q baba saía de suas bocas. “Bom dia!!! Eu sou o guia Tauan e estou aqui para leva-los pra Búzios.” Ainda forcei: “Todos animados?”. Tentativa em vão. Não, pior. Cada um levanta e pega sua mala. Pra vocês pode ser normal carregar uma mala já que estão indo pra búzios, mas o fato é que nós fazemos DIA EM BÚZIOS, sacou? Não entendi a das malas de primeira, mas antes de ter tempo pra pensar o doutorzinho me perguntou se poderia carregar sua mala pois estava com a mão doendo. Eu estava pronto pra gritar “NÃO!” quando surge atrás de mim a figura de Roberto. Correndo pra me alcançar e, sem fôlego, falar “João, ajuda ele que eu ajudo as meninas”. Confesso que fiquei estático. Bem, estávamos atrasados e quanto antes terminasse, antes eu me livrava do ser-que-não-deve-ser-nomeado. Após algumas tentativas falhas consegui desemperrar o trinco do porta malas do bus e, com muito, muito esforço, coloquei as seis malas lá.
Os passageiros entraram no ônibus, Roberto em seguida e por último eu.
“Ainda bem que você é forte, neh, João? Eu não aguentava aquelas malas.” Nesse momento eu apenas fechei os olhos e perguntei por que. Por que, Senhor, que que eu fiz pra merecer?
Não poderia piorar. Seguimos viagem. (...) Quem disse que não poderia?
Continua.

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